segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

PARA BREVE A CANONIZAÇÃO DO BEATO NUNO ÁLVARES PEREIRA


Canonização de D. Nuno Álvares Pereira, momento histórico

Afirma o prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos

- O cardeal José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos, considera que o dia da canonização de D. Nuno Álvares Pereira será um momento «histórico».

«Depois de tanto tempo e tantos anos chegou ao seu termo a causa de canonização desta grande figura da geografia portuguesa». «A canonização vai ser um dia histórico», afirmou à Agência Ecclesia, do episcopado de Portugal.


No próximo sábado, acontece no Vaticano um consistório público dos cardeais em que se decidirá a data de canonização de dez novos beatos, entre eles Nuno Álvares Pereira, leigo, general e, depois, professo na Ordem do Carmo, que viveu de 1360 a 1431 e foi beatificado pelo Papa Bento XV em 1918.

O Beato Nuno, também conhecido como Santo Condestável ou Beato Nuno de Santa Maria, foi o general da célebre Batalha de Aljubarrota, retratada por Camões em «Os Lusíadas».

De acordo com o cardeal Saraiva Martins, é provável que a canonização aconteça no mês de abril ou outubro.

O prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos revela «um sentimento de gratidão a Deus pelo privilégio que me deu por poder concluir praticamente o processo de canonização do Beato Nuno Alvares Pereira».

«É um dom de Deus à Igreja portuguesa, que todos os portugueses devemos agradecer.»

Quanto ao local, o cardeal Saraiva Martins lembra que «o princípio é que as canonizações sejam feitas em Roma» e as beatificações nas igrejas locais. «Se não houve nenhum pedido por parte de Portugal, é natural que seja em Roma», sublinha.

Hoje, com os pobres a aumentar, a mensagem do Nuno Álvares Pereira é «extremamente actual».

«É um modelo muito interessante», comentou Dom José Saraiva Martins, que lembra ainda a devoção do Santo Condestável a Nossa Senhora.


Como se previa, está para breve a canonização do Beato Nuno Álvares Pereira. O seu nome consta, de facto, da lista de 10 Beatos, todos eles religiosos ou religiosas que será votada no próximo sábado, 21 de Fevereiro, na presença do Papa.

Da lista consta também o conhecido “apóstolo dos leprosos”, “Padre Damião” de Veuster, belga flamengo, da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria (Picpus), morto na ilha de Molokai, no meio dos “seus” leprosos em 1889, com 49 anos de idade. Beatificado por João Paulo II, em 1995.

De entre as próximas canonizações, de referir também a de três fundadoras e de quatro fundadores de institutos religiosos:
- Marie de la Croix Jugan, francesa, fundadora das Irmãzinhas dos Pobres; - Catarina Volpicelli, italiana, fundadora das Servas do Sagrado Coração; - Gertrudes Comensoli, italiana, fundadora das Irmãs do Santíssimo Sacramento;
- um bispo polaco, Zygmunt Felinski, fundador das Irmãs Franciscanas da Família de Maria; - o padre Ancangelo Tadini, italiano, fundador das Irmãs Operárias da Bem-aventurada Virgem Maria; o padre dominicano Francisco Coll y Guitart, espanhol, fundador das Irmãs Dominicanas da Anunciação de Nossa Senhora; e o abade Bernardo Tolomei, fundador da Congregação de Santa Maria de Monte Oliveto, em Itália, da Ordem de São Bento.

Da lista faz parte também o espanhol Maria Rafael Baron, religiosos da Ordem Cistercense de observância estrita.



Nuno Álvares Pereira, fundador da Casa de Bragança, nasceu em Santarém (Portugal) a 24 de Junho de 1360. Como Condestável do reino, foi militar invencível; mais tarde, vencendo-se a si mesmo, pediu a admissão, como irmão leigo, na Ordem do Carmelo.
Foi no desejo de viver mais perfeitamente o ideal de santidade próprio de todo o baptizado, que o Beato Nuno quis imitar mais de perto a Cristo.



Por isso, renunciando às honras e comodidades do mundo, escolheu um caminho de humildade, pobreza e obediência, para, como Cristo, servir melhor os homens seus irmãos.



Tinha grande piedade e confiança para com Nossa Senhora. Pedia esmolas pelas portas e desempenhava os ofícios mais humildes, mostrando grande compaixão e liberalidade para com os pobres. Morreu no domingo da Ressurreição do ano 1431 (1 de Abril).
A sua memória litúrgica (até agora, em Portugal) celebra-se a 6 de Novembro.