domingo, 27 de dezembro de 2009

Que ninguém seja, ou se sinta marginalizado, foi o convite de Bento XVI durante o almoço com os pobres na Comunidade de Santo Egidio

















Neste domingo, depois da recitação do Angelus, Bento XVI deixou a Cidade do Vaticano para se deslocar ao bairro de Trastevere, onde almoçou com os pobres na sede da Comunidade de Santo Egídio
Com medidas de segurança reforçadas, milhares de pessoas aguardavam a chegada do Papa. O pontífice foi acolhido pelo fundador da comunidade, Andrea Riccardi e por dois hóspedes da cantina, Yelena Hailovic, de etnia cigana, e o senegalês Laye Sissoko, e autoridades eclesiásticas.
Participaram no almoço 200 pessoas. À mesa com o Papa, sentaram –se 12 hóspedes, entre os quais uma família cigana de quatro pessoas, um afegão de 34 anos, refugiado político, uma idosa italiana de 82 anos, um jovem italiano de 25 anos, em cadeira de rodas, abandonado pela família e um nigeriano que atravessou o deserto da Líbia para conseguir entrar na Itália.
Bento XVI prferiu um breve discurso, agradecendo às pessoas que prepararam e serviram com amor e competência a refeição, e o acolheram no refeitório.
Durante o almoço, afirmou, "ouvi histórias dolorosas e repletas de humanidade de alguns de vós: histórias de idosos, imigrantes, pessoas sem residência fixa, ciganos, deficientes, pessoas com problemas económicos ou outras dificuldades, todos, de uma maneira ou de outra, provados pela vida. Estou aqui para vos dizer que sou solidário e que vos quero bem e que as vossas vicissitudes não estão longe dos pensamentos do Papa, mas no centro e no coração da comunidade dos fiéis".
A seguir, recordou que também a Família de Jesus, desde os seus primeiros passos, encontrou dificuldades: não encontrou hospitalidade, foi obrigada a emigrar para o Egipto devido à violência do Rei Herodes.
"Neste período de particulares dificuldades económicas , que cada um seja sinal de esperança e testemunha de um mundo novo para quem, fechado no próprio egoísmo e iludido de poder ser feliz sozinho, vive na tristeza ou numa alegria efémera que deixa vazio o coração."
Após ter escutado um hino de Natal entoado por trinta jovens coristas, o Papa ofereceu às crianças um presente "personalizado". As crianças na sede da Comunidade de Santo Egídio provêm da África (Nigéria, Senegal e Marrocos), da América Latina (Peru e Haiti), da Ásia (Bangladesh) e de outros países da Europa, em especial da Roménia , Bósnia e Sérvia.
Depois de completar a distribuição dos presentes, Bento XVI pronunciou a oração para a conclusão do encontro e foi até ao primeiro andar do edifício, onde se reuniu com trinta estrangeiros que participam no curso de italiano organizado pela Comunidade.
"Muitas pessoas, provenientes de vários países, se encontram aqui em busca de uma palavra, uma ajuda, uma luz para um futuro melhor. Empenhem-se para que ninguém esteja sozinho, ninguém seja marginalizado, ninguém seja abandonado. Há uma língua, para alem das diferentes línguas, que une tudo, a língua do amor. É o que nos ensina o Menino Jesus, Deus que por amor se fez um de nós. Ela tornará melhor a nossa cidade e o mundo ".

fonte:radio vaticano