quinta-feira, 22 de abril de 2010

Cardeal Hoyos Perseguido


O cardeal Dario C. Hoyos, que todos nós conhecemos muito bem, foi dispensado pelo "Paulus Institute" como presidente da primeira missa pontifical na forma extraordinária na National Shrine of the Immaculate Conception, na Capital dos EUA.
A missa, histórica, seria a primeira celebrada nesta forma desde a invenção do Novus Ordo. A National Shrine of the Immaculate Conception é para os americanos como a Basílica de Aparecida, para nós brasileiros.
Depois do estrago publicado pelo progressista Golias, publicando uma carta enviada em 2001, onde Castrillón tratou o bispo de Bayeux-Lisieux, norte da França, como modelo para todos os bispos por não ter denunciado os abusos sobre menores cometidos pelo padre Rene Bissey.
Naquela época, como bem nota o padre Tim Finigan, a relação existente entre bispos e padres era muito diferente do que é hoje, marcada pelos tempos de escândalos. Bispos eram pais espirituais do seu clero, hoje, nota padre Tim, a relação se resume a patrão e empregado.
O cardeal Castrillón afirmou que a carta foi autorizada por João Paulo II. Não é de admirar, porque João Paulo II foi muito inábil na luta contra a pedofilia no clero, certamente influenciado pela alta cúpula da Cúria (Sodano, Somalo, etc...). Justamente após 2001 surgiram os grandes escândalos do clero norte-americano e francês e novas políticas foram tomadas.
Mas a mídia (e os progressistas) não perdoam e o Paulus Institute não teve outra escolha a não ser dispensar o cardeal que mais trabalhou para que tal missa pudesse tomar lugar. Manter o nome de Hoyos certamente traria "manifestantes" fazendo piquetes na porta da Igreja e, conseqüentemente, estragaria o momento histórico.
Uma derrota, sem dúvida. Mas a missa está mantida e o novo bispo celebrante será Dom Edward Slattery, bispo de Tulsa. Só nos resta rezar por mais esse fato histórico nos EUA relacionado com a missa tradicional em pouco mais de um mês. O primeiro foi a solene dedicação da Igreja do seminário da Fraternidade Sacerdotal São Pedro, que também contou com a presença de Dom Slattery como um dos co-consagrantes.

Cardeais Italianos

Embora a Itália ocupe um lugar importante na lista dos países que mais celebraram a liturgia antiga, a participação dos príncipes da Igreja nas cerimônias foi bem insignificante. Os cardeais "da ativa", ou seja, os arcebispos italianos que não estão aposentados praticamente ignoraram a existência da liturgia anterior ao Mons. Bugnini.

É verdade que uma parcela significativa dos bispos da Itália permite que a liturgia antiga "exista" em seu território, mas um cardeal oferecendo a missa ou participando de alguma outra cerimônia na forma extraordinária é muito significativo.

Quem vem encantando os italianos é o Arcebispo Burke. Mesmo não sendo italiano, ele vem oferecendo missas solenes e, recentemente, até mesmo batismos na forma extraordinária. Não esquecendo ainda do Cardeal Hoyos, recentemente atacado pelo nefasto "Golias", juntamente com o cardeal Cañizares que estão praticamente em turnê pelas dioceses italianas atendendo aos incontáveis pedidos dos leigos. Já que o bispo local não quer, chame um prelado da cúria!

Dom Burke é incomparável em quebrar tabus. Foi o primeiro bispo a ordenar sacerdotes na forma tridentina nos EUA após o Novus Ordo. Foi o primeiro bispo dos EUA a criar uma comunidade religiosa que celebra apenas a forma tradicional. Foi o primeiro bispo a rezar uma missa na Basílica de São Pedro, etc. Agora Dom Burke pode adicionar ao seu currículo o primeiro batismo no rito tradicional conferido por um bispo em Roma!

Recentemente o poderoso cardeal patriarca de Veneza, Angelo Scola, esteve presente numa missa na forma extraordinária e fez a homilia. Scola é um cardeal discreto, nada polêmico e sua opinião sobre a missa antiga não era conhecida.

Agora é a vez do cardeal de Bolonha, Carlo Caffarra, oferecer a santa missa na forma extraordinária.

Quanto mais bispos e, principalmente, cardeais estiverem se envolvendo com a liturgia antiga, mais difícil fica para os sabotadores do Motu Proprio sustentarem as suas teses absurdas.

No Brasil ainda há uma carência imensa de bispos oferecendo a missa na forma extraordinária. A carência é até mesmo de padres. Tivemos Dom Fernando Guimarães, mas foi uma cerimônia tão tímida que a maioria dos católicos nem ouviu falar. Mas, mesmo assim, louvamos a coragem do bispo de Garanhuns!

Coragem sim, porque falar em forma extraordinária no Brasil é pedir para ser fuzilado!

Ainda não me ocorre o motivo de Dom Rifan não ir a Aparecida oferecer a missa na forma tradicional no Santuário Nacional. Eu sei, o Santuário não é um primor de arquitetura católica, mas praticamente todos os bispos das dioceses do Brasil organizam caravanas e oferecem a missa por lá e, com a vantagem, da missa ser transmitida para todo o país. Seria uma imensa propaganda.

E é a divulgação da missa que os bispos brasileiros mais temem. Eles conservam o rito antigo confinado na ignorância do povo sobre o documento pontifício. Ninguém sabe que o Motu existe, muito menos o que é a missa tradicional. Alguns bispos até permitem a missa desde que não se faça propaganda da mesma.

Qualquer bispo deveria ficar imensamente feliz ao ver que há na sua diocese pessoas interessadas em adorar a Deus numa forma digna e alinhada com os principais dogmas da fé. Num mundo onde a fé católica torna-se cada vez menos praticada, é motivo de alegria ter católicos empenhados. Parece, contudo, que alguns bispos não se alegram, pelo contrário, ficam até incomodados e não poupam esforços para aniquilar essa vontade. Miserere!

Ficamos, contudo, com os bons exemplos dos cardeais italianos e dos não-italianos que vivem na Itália. E é claro, com o ótimo exemplo de Dom Fernando Guimarães que não só celebrou a missa antiga como está organizando um encontro sobre a mesma.
Dai-nos, Senhor, mais pastores como esses!
 
fonte:igreja una