segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Beata Elena Aiello: mensagens divinas enfatizam avisos de Fátima e La Salette

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Beata Elena Aiello, jovem religiosa
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




A Bem-aventurada Elena Emília Aiello é pouco conhecida no Brasil.

Mas bem mereceria sê-lo muito mais. Como na sua Itália natal, onde sua fama de santidade e a benemérita atividade caritativa da Ordem que ela fundou estão sempre crescendo.

A Beata é também famosa pelos dons sobrenaturais com que foi beneficiada pelo Altíssimo. Recebeu os estigmas e numerosas revelações de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Nelas, Ele se mostra primordialmente preocupado, e até agoniado – se se pode dizer assim – pela degringolada da ordem política e social dos países até então católicos, em particular da Itália.

Com insistente premência, Ele retoma as palavras de Sua Santíssima Mãe em Fátima, colocando como que uma lente de aumento sobre os males que ameaçam o mundo, a Igreja e o Papado se os homens não fizerem penitência.

Essas mensagens foram especialmente intensas na década de 1950, marcada por um otimismo enganoso que predispôs o ambiente psicológico que penetrou em todas as esferas, inclusive na eclesiástica, e influenciou a fundo as elaborações do Concílio Vaticano II.

Mas essas advertências haviam começado décadas antes. Cabe destacar a correspondência da Bem-aventurada Aiello com a irmã do então líder máximo da Itália, Benito Mussolini, exortando o duce a não se engajar na fatídica II Guerra Mundial. Tratou-se de Edvige Mussolini (1888 – 1952), casada com Michele Mancini.

Benito Mussolini repeliu com orgulhoso desdém a ardorosa advertência da Beata da parte de Nosso Senhor. A visão profética da Beata cumpriu-se de cheio em relação ao chefe máximo da Itália e um dos mais poderosos homens da política europeia. A Itália perdeu a guerra e o duce teve uma espantosa morte.

O tremendo cumprimento dessa profecia torna ainda mais dignas de crédito as advertências divinas recebidas por ela no período “pré-conciliar”, relativas a fatos futuros de próxima efetivação.

As palavras são suficientemente claras e dispensam comentário.

Breves dados biográficos


A Beata Elena Emília Aiello nasceu em Montalto Uffugo, província de Cosenza, região da Calábria, no dia 10 de abril de 1895, e faleceu em Roma no dia 19 de junho de 1961.

Seus pais, Pasquale e Teresa, que cuidavam de uma alfaiataria, encomendaram a formação catequética da filha às freiras do Preciosíssimo Sangue.

Elena ingressou como noviça nesse Instituto religioso. Mas após passar por dolorosas doenças e cirurgias sem anestesia, as religiosas julgaram que ela não tinha saúde para viver na congregação e enviaram-na para morrer em casa.

A Beata Elena Aiello em meio a alunas de sua obra
Entretanto, Jesus lhe apareceu e prometeu-lhe a cura, mas acrescentou que na Sexta-feira Santa de todos os anos ela sofreria as penas da Cruz. E assim foi: suava sangue e os estigmas apareciam em seu corpo, desaparecendo milagrosamente no Sábado Santo.

Nessas condições, ela fundou a Congregação das Irmãs Mínimas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, cujo modelo de vida devia ser a própria Paixão do Redentor. A congregação tinha São Francisco de Paula como padroeiro.

Desde sua morte em Roma, estrepitosos milagres e conversões foram atribuídos à Irmã Elena Aiello.

Declarada venerável no dia 22 de janeiro de 1991 e beatificada no dia 14 de setembro de 2011, seus restos repousam na capela da Casa Mãe de seu Instituo, na Via dei Martiri 9, em Cosenza. Sua festa é comemorada no dia 19 de junho.

Os avisos de Fátima glosados por Nosso Senhor

Irmã Elena Aiello foi uma mística favorecida por inúmeras mensagens, várias delas surpreendentes por sua profunda afinidade com o Segredo de La Salette, que é objeto do interesse deste blog.

Mas também e de modo impressionante com o Segredo de Fátima, muito mais próximo no tempo e cujo centenário celebramos em 2017.

La Salette e Fátima foram anúncios da mesma Mãe de Deus, intimamente associados à salvação das almas e à boa ordem na Igreja e na civilização. As semelhanças saltam, pois, aos olhos.

Mas, deteriorando-se ainda mais os horizontes de pecado e de crise universal, Nosso Senhor glosou, por assim dizer, as palavras de Nossa Senhora em Fátima, sublinhando-as com ênfases e pormenores para mover os corações.

Fonte de todas as Misericórdias, mas também Juiz de Justiça perfeita, Sua Majestade Infinita terá sido ouvida como merecia?


Reportagem da TV italiana RAI sobre a vida de Beata Aiello e seus estigmas




Eis por exemplo o que, em 1949, transmitiu através da Beata Elena:

“A ruína e a morte virão sobre o mundo. Virá um flagelo jamais visto na História da humanidade.

“Cairá do céu sobre todos os povos da Terra. Os ímpios serão destruídos [...] por causa dos ultrajes que se fazem contra a Divindade [...].

“O homem se rebelou contra Deus; há uma epidemia de imoralidade, e não só na alma dos adultos, mas inclusive das crianças, que atrairá a ruína e a morte sobre o mundo.

“Quantos sacrilégios! Até a Sede de meu Vigário é ultrajada, vilipendiada. Os meus ministros, a minha Igreja, combatida. O flagelo descerá na mão de meus anjos, poucos ficarão.”

À vista desses horizontes assustadores, a Irmã Elena perguntou se morrerão todos, e recebeu como resposta:

“Uma parte da humanidade será destruída. Meu Filho recebe muitas ultrajes dos homens [...].

“O mundo está em ruínas; a Rússia será queimada; virá desolação e morte, fogo nunca antes visto sobre a terra.

“Os poucos que ficarão reencontrarão ao seu Deus.

“Aqueles que não quiserem se arrepender de suas culpas afundarão todos num mar de fogo [...] a Itália será parcialmente salva...” (Mensagens escritas em 1949).

A “cultura da morte”, causa de uma verdadeira morte geral

Em 1951 o Céu voltou a bater às portas da alma da Beata, para insistir sobre a imoralidade sistematizada nas sociedades, que sob uma máscara de otimismo e liberalização sorridente penetrava nas leis.

Se algum dia – que Deus não permita – a bomba atômica for despejada sobre os homens
a causa não será um segredo: a dissolução geral dos costumes.
As advertências de Nossa Senhora e de almas santas não faltaram, e durante um século inteiro!
“O fedor de seus vícios – comunicou a mística – subiu até meu conspecto [...]. Esta sociedade perversa e dissoluta; quanta impureza, esse pecado que traz a ruína e a morte [...].

“O mundo será todo destruído na guerra; a Rússia será queimada [...] A ruína e a morte virão sobre o mundo [...].

“as armas de massa não só exterminarão os exércitos, mas as coisas mais santas e mais sagradas; crianças, doentes [...].

“esses governantes iníquos das nações estão todos fora da lei da Igreja ... Brada fortemente, [pois] a Itália só se salvará em parte.

“Eu convido os homens ao perdão e eles respondem com um furacão de ódio e violência contra Cristo, porque o furor os cega [...].

“O mundo estará todo em guerra. Terrível será o castigo que desabará sobre a humanidade [...].

“Ninguém pode compreender a horrenda tempestade que está para submergir a humanidade [...]. Desencadear-se-á uma revolução anticristã pelo mundo todo e de um modo trágico na Itália [...]”.


(Fonte: Vincenzo Speziale, “Suor Elena Aiello Profeta di Dio ‒ Vita, opere e scritti della venerabile madre”, Reverdito Edizioni, Trento (ISBN 88 7978 059 X).


Continua no próximo post: B. Aiello: “Falsos profetas”, conspiração da imoralidade, flagelo da Rússia e a intervenção de Nossa Senhora


Excertos das visões da Beata Elena Aiello